segunda-feira, 25 de julho de 2011

After the Void - Uma historia contada em posts

Como to sem o que fazer, resolvi escrever um pouco. Logo, para exercitar minha criatividade, vo começar nesse exato momento a escrever uma historia - emprestando o nome do blog - . Ela não será o veiculo principal daqui nem nada do genero... mas é sempre bom investir numa historia. Além disso, sempre foi meu sonho escrever um livro, então não custa nada começar por algum lugar
(Nota 1: Estou escrevendo-o neste exato momento. Então, se você o ler na hora em que eu postar, estará lendo um material novinho.)
(Nota 2: Obviamente, todos os nomes de pessoas e lugares, além de acontecimentos, são puramente fictícios.)



"Conhecimento é a maior arma que se pode ter. Contra o conhecimento verdadeiro, não há adversários" (Matias Capria, Historiador).


Devastado
Quando tudo começou? Não sei dizer ao certo... Mas sei que nada disso foi algo que eu idealizei.
Me vejo deitado no que restou de um quarto. Antes de tudo acontecer, ele era um belo comodo. Estantes com livros, meu guarda-roupa no fundo, o rack onde ficava meu computador, meus quadros sobre a cama e pelas paredes. A mala sob minha cama, onde guardava as cartas de amigos da adolescência, de minha primeira namorada, da mulher por quem me apaixonei. Lembranças doces que foram destruidas. - Levanto-me e vou até a janela. A visão nem de longe é algo agradavel. Destruição até onde a vista alcança. Quantas vidas foram perdidas? Quantas familias desfeitas? Quantos sonhos esquecidos? Dificil dizer.

Descendo as escadas para o salão de entrada vejo fotos de meus familiares. Rostos felizes que nunca mais terei o prazer de ver. Pessoas que ficaram perdidas num passado agora obscuro e há muito esquecido. Sinto falta delas, mas não sei se é certo querer que elas voltem. As coisas não são mais como eram antes. Elas não se adaptariam as novas condições a que tive de me adaptar para continuar aqui. Não... O lugar delas é lá, por mais doloroso que admitir isso seja para mim.

Já está na hora de sair de casa. Andar pela vizinhança será melhor. Não que eu fosse encontrar algo que eu já não tivesse visto em minha casa, mas pelo menos não teria de lidar com os fantasmas de minha familia. Mas antes de eu sequer tocar na maçaneta ela roda e a porta começa a se abrir lentamente...

Era de se esperar que alguem fosse entrar, mas apenas o vento frio invadiu a casa. Estremeci sob minhas roupas, finas demais para o que eu planejava fazer. Mas, ainda assim, não deixei de obedecer ao convite do vento e sai de casa. Do lado de fora, encontrei exatamente o que achei que ia encontrar: Apenas destruição para onde quer que eu olhasse. Nada restou da um dia bela cidade, apenas destroços. Edificios no chão, restos de carros varridos para fora das ruas, por cima de casas. Arvores arrancadas pelas raizes... e minha casa era uma das poucas que sobraram de pé.

Segui a rua até o fim enquanto a noite ia caindo lentamente. O vento parecia me açoitar a cada passo, mas algo fazia com que eu seguisse meu caminho. Mesmo que eu já nem conseguisse mover meus dedos direito e que meus olhos ardessem de uma forma absurda, minhas pernas continuavam a me guiar incessantemente.

Algum tempo depois, vi-me no que deveria ter sido o marco central da cidade, o grande Hospital Metropolitano. De sua majestosa estrutura ficou em pé apenas o portal de entrada, parte do prédio principal e algumas das arvores que ficavam no estacionamento. O resto estava inteiramente no chão. No chão também estava algo diferente. Algo que não deveria estar ali... algo que me chamava.

Depois de um tempo observando aquele objeto de longe, percebi que havia parado de andar. Não mais estava com frio. Na verdade, estava com calor. Conseguia sentir o suor escorrendo por minha pele. Mas seria aquilo realmente calor? De subito, resolvi ver de perto o objeto que havia me chamado até ali. Caminhei uma pequena distancia e fiquei praticamente sobre ele. Só não esperava que fosse algo tão simples.

De tudo o que poderia estar lá, não imaginava que se tratasse apenas de um espelho, embora esse não fosse um espelho comum. Era um espelho circular grande o suficiente para que eu me deitasse sobre, caso não quisesse ficar em contato direto com o chão. Mas não era só isso... ele realmente não era um espelho normal. Emitia um brilho estranho, que me hipnotizava, me mantinha de olhos grudados nele. Tentei desviar o olhar, mas apenas consegui esquivar os olhos por um breve momento. Então, resolvi ceder e observar o que quer que o espelho estivesse mostrando.

Vindo do nada, o vento frio voltou a soprar, dessa vez com mais furia que antes. Cruzei os braços e continuei olhando para o espelho. Nada via de anormal, apenas o balançar dos galhos das arvores... até que um vulto passou rapidamente atrás de mim e lá ficou, bem atrás de mim. Era como se houvesse uma pessoa do meu tamanho parada lá, mas não podia ser uma pessoa. Ninguem conseguiria aparecer tão rapido assim. Virei-me mas o vulto simplesmente sumiu. Voltei-me para o espelho e lá estava ele no reflexo. Virei-me novamente e ele estava lá, atras de mim. Perto demais. 

Assustado, dei um passo apressado para trás, tropecei na borda do espelho e cai, esperando o impacto. Mas não houve impacto, não houve dor, apenas escuridão quando eu atravessei a superficie perfeitamente polida do espelho e continuei a cair... no vazio.

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